terça-feira, 25 de outubro de 2016

Patagônia Abril/2016 - El Chaltén

Depois de muita enrolação estou aqui continuando com os posts sobre meu mochilão na patagônia :D

El Chaltén, me foi fortemente recomendado por duas pessoas, um amigo de Aracaju e um americano que eu conheci em Mendonza, na Argentina.

Enquanto o Nathan me disse que foi em El Chaltén onde ele viu as paisagens mais bonitas na America do Sul, João Paulo tinha me dito que para ele foram as paisagens mais bonitas que ele já tinha visto.

Outro ponto positivo, que eu já havia visto na página da cidade, é que a maioria das trilhas eram auto guiadas e gratuitas. O portal é bastante organizado e dá para se programar pelo tempo de trilha, etc.

Então eu estava saindo de El Calafate, onde vi o incrível Perito Moreno, para El Chaltén com muita expectativa!

Depois de perto de três horas de ônibus, chegamos. Deu para ver que a cidade era minuscula e que provavelmente foi criada como um plano para desenvolver o turismo de trekking.

A primeira impressão foi ótima, balcão de informações para turistas muito organizado com bom atendimento. Repassamos as informações das trilhas com tempo, recomendações e pegamos mapas.

Depois de coletar as informações fomos procurar um hostel. Passamos por um que havia sindo indicado por um amigo da Lu, mas estava muito caro, custando 250 Pesos. Vimos outro de 180 e achamos um de 100, o infame Ahonikenk.

Então, decidimos dar uma olhada neste de 100. Não sei o que passou pela nossa cabeça, mas mesmo depois de dar uma olhada rápida decidimos ficar nele com isso começou um aventura dentro da aventura que era nosso mochilão!

Deixamos nossas coisas nesse hostel barato e fomos para uma cachoeira, a Chorrillo del Salto. Pelo guia seriam 3km de trilha em uma hora.



Foi uma trilha tranquila, sendo a maior parte por uma estrada e parte final bem delimitada. É uma cachoeira bonita, com uma placa de proibido tomar banho. Com o frio que estava não entraria na água mesmo!



Havíamos decido que não ficaríamos no hostel apelidado carinhosamente de chiqueirinho, pois não estávamos confiando em deixar nossas coisas casos fossemos acampar, então a ideia era acordar cedo, deixar as coisas em outro hostel. Na volta da cachoeira achamos um legal que custava 180 e perguntamos se abria cedo para a deixarmos as coisas e seguirmos para primeira trilha.

Voltamos para o hostel e eu fui no banheiro, lá eu comecei a ver a escolha de merda que eu tinha feito. O Banheiro era meio nojento e quando cheguei no nosso quarto a Lu estava com uma cara pior que a minha.

Alguém confundiu a mochila dela com de uma outra pessoa revirou procurando algo. Deixou um bilhete explicando, mas não foi algo legal.

Percebemos que a limpeza não era forte também nos quartos e que minha cama estava até meio úmida...

Saímos para decidir o que fazer, se já iriamos para outro hostel ou se arriscaríamos dormir nele. Nisso levamos umas tangerinas para comer na praça e como estávamos com o sentimento sujo do hostel acabamos comendo sem pegar nos bagos, ou seja mordendo a tangerina.

A cena deve ter sido tão surreal que um gringo passou pela gente e rindo de maneira meio cínica desejejou um ¡Buen provecho! A gente estava meio na merda, mas foi muito engraçado uhauhah.

Acabamos decidindo dormir no hostel e a Lu usou saco de dormir dela e eu forrei a cama com meu casaco. Alem de todos os problemas de limpeza o pessoal ficou fazendo barulho até umas 2 da manhã, nada mal pra quem ia precisar acordar cedo para fazer 18km de trilha...

Acordamos cedo e fomos no outro hostel e chegando lá aconteceu a coisa mais surreal da viagem. O cara quando descobriu de onde havíamos vindo disse que não podia nos aceitar por causa dos bichos. Eu achei que era brincadeira, mas depois vi que era serio e que os bichos eram bed bugs.

O cara falou que já teve caso de clientes do outro hostel terem indo para lá, levando os bichos e eles tiveram de jogar fora colchão e travesseiro.

Eu demorei uns minutos para cair na real, enquanto a Lu desesperadamente tentava convencer o cara a deixar a gente ficar. Confesso que depois eu quase ri, porque era tão surreal que parecia um episodio de Seilfeld.

Meu maior medo era ele avisar outros hostels e ficarmos sem ter onde ficar haha. Acabamos que sairmos e fomos procurar hostel e acabamos ficando em um que parecia ser o melhor da cidade (pelo menos era o mais bonito haha), o Patagonia Hostel.

O hostel custava 220 pesos, tinha recepção 24 horas, era super limpo e claro que dessa vez a Lu mentiu sobre onde de onde vinhamos haha.

Laguna Torre

Passado o susto seguimos para a trilha da Laguna Torre, uma trilha de 9km (ida) com tempo estimado de 9 horas para ida e volta.

Não precisa dizer que cada coceirinha vinha a mente os bichos e eu cantarolei bichos escrotos do Titãs em vários momentos haha.

São nesses momentos que você avalia se está viajando com uma boa companhia. Quando tudo da certo é fácil, nos perrengues a coisa muda. E mesmo com tudo isso a gente conseguia rir da situação e do papel de trouxa que fizemos.

Como era outono não tínhamos muitas horas de luz durante o dia, basicamente tínhamos 11 horas de luz e estávamos atrasados.

Seguimos pela trilha, que era muito bem demarcada com avisos com um marcador a cada km. Isso ajuda muito a medir o ritmo para ter certeza que temos tempo suficiente para voltar com luz.




A trilha também era incrivelmente bonita, com as cores do outono e riachos. Mesmo estando atrasados paramos para tirar fotos em vários pontos e foi nessa trilha que tirei minha foto preferida da viagem.

Trilha para laguna Torres

A laguna torre tinha realmente um visual incrível e foi fanatístico esquecer os perrengues e almoçar nossos sanduíches com aquela vista.



Depois de pouco mais de uma hora iniciamos a volta e ficamos tranquilos pois estávamos dentro do tempo estimado de 9h. Como sempre, mais fotos :D



Chagamos no hostel, tomei um super banho quente, comprei umas cervejas então preparamos o jantar, bebemos e fomos dormir, pois a trilha do dia seguinte era maior e mais pesada.

Laguna de Los Três

Acordamos cedo, preparamos os sanduíches, e seguimos para trilha. Pelo guia eram 10km de trilha até a laguna, com o ultimo km uma subida bem pesada com estimativa de 5h.

Saímos ainda escuro, pois a estimativa de ida e volta eram de 11h e ninguém queria voltar no escuro :P

A trilha também era muito bem demarcada e depois de uns três km chegamos na bifurcação que entre o caminho para o Mirante e a Laguna Capri. Pelo que vi no mapa e li, tanto faz seguir por um ou outro caminho, pois a distancia é a mesma e vamos acabar na mesma trilha para seguir até a laguna.




Decidimos na ida ir pela mirante e na volta se não estivéssemos atrasados, passar pela laguna Capri. Essa decisão foi muito boa, pois pegamos o mirante sem contra luz, o que ocorreria na volta, então fizemos belas fotos do Fitz Roy.

Seguimos com ritmo bom, tirando fotos, apreciando a paisagem e chegamos sem muito esforço ate o acampamento Poncenot. Seguimos até o inicio da subida.

Deu para perceber que seria bem pesado, pois havia um aviso para pessoas sedentárias!!



Eu sempre soube que subidas não eram comigo, mas essa foi incrivelmente difícil. Muito inclinada, cheia de pedras e logo a Lu foi se distanciando. Parei varias vezes para beber água, comer uma barrinha e pegar fôlego.

Chegando no final da subida infernal, eu descubro que ainda havia outra, bem pequena em relação a primeira, mas eu já estava morto!

Depois de vencida, eu soltei um 'ual'. Realmente era uma visão incrível e as fotos não conseguem fazer jus a toda aquela beleza.



Panorama



Tiramos varias fotos, paramos para comer e fomos tirar mais fotos.

Fomo segundo pela esquerda na laguna, para ter uma visão melhor do glaciar e neste momento aconteceu algo inusitado. Uma gringa começou a tirar a roupa e deu um mergulho pelada. Não estava frio no dia, acho que devia estar uns 15 ou mais, mas tenho certeza que a água estava muito fria rs.

Chegou a hora de voltar e quando chegou na bifurcação decidimos ir pelo caminho da laguna Capri. A laguna é muito bonita e deu vontade de der uma mergulho, mas como eu não tenho sangue gringo, não quis arriscar uma hipotermia :D



Na laguna possui um Camping e deve ser fantástico acordar e dar de cara com aquele visual!

A volta foi tranquila e chegando na cidade, bebemos algumas cervejas e jantamos.

Mirador dos Condores e das Águias

Acordamos um pouco mais tarde para aproveitar o ultimo dia em El Chalten, visitando o mirante dos condores e o das águias.

É uma trilha mais tranquila e rápida e um dos mirantes possui vista para a cidade e o outro para uma laguna bem grande.



Tem uma vista bonita, mas não dá para comparar com as outras trilhas.

Voltamos para almoçar, pegar as mochilas pois o próximo destino era bem longe! Como não terminamos Torres del Paine, sobrou tempo para irmos para Ushuaia!

De El Chalten fomos para El Calafate e de lá enfrentaríamos 19h de ônibus até Ushuaia que será o próximo post!